RELATÓRIO DE GESTÃO DA DIRETORIA DA ABPN - ANO 2013




Colegas associadas e associados,


Gostaríamos de apresentar nestas breves linhas, um resumo das atividades desenvolvidas ao longo do ano de 2013 pela Diretoria da ABPN, Gestão  2012-2014, focada em tornar a associação um player na luta antirracista no Brasil e principal representante de pesquisadoras e pesquisadores negros do país.


Para tanto, em um primeiro eixo, nos dedicamos na consolidação de uma estrutura de gestão, com a contratação de assistentes administrativos, webmaster, advogada, escritório de contabilidade e  manutenção de uma equipe editorial. Tudo isto foi possível por meio de doações dos membros da Diretoria, do uso saldos financeiros do VII COPENE e  da renovação do apoio da Fundação Ford.
 


A ABPN conseguiu publicar 4 edições de sua Revista quadrimestral e lançará outro número até o dia 28 de fevereiro de 2014. Nosso periódico recebe constantemente inúmeros artigos sobre temas de interesse da população negra. Estes trabalhos são avaliados por pareceristas Ad Hoc, sob o sistema duplo cego. Tivemos ao todo, neste período (julho de 2012 a dezembro de 2013), a publicação de 48 artigos; 1 resenha e 2 conferências; 4 apresentações e 4 editoriais. Contamos com a colaboração de 230 pareceristas. A Revista está publicada em 4 idiomas. Vale ressaltar que obtivemos a classificação B2 do Qualis para a Revista da ABPN nas áreas de História e Interdisciplinar. Atuamos no sentido de manter esta classificação e otimizá-la, tendo em vista a qualidade dos artigos recebidos e publicados.


Conforme orientação da Diretoria, ainda em 2012, realizamos um esforço de mobilização de nossos associados por meio da organização de congressos regionais de pesquisadores/as negros/as. Dos cinco propostos conseguimos realizar três: a) No Sul, coordenado pela professora Georgina Helena Lima Nunes (Representante da Regional Sul da ABPN); b) No Centro-Oeste sob a responsabilidade da professora Maria Lucia Müller (representante da Regional Centro- Oeste da ABPN); c)No Nordeste, em parceira com a Associação Baiana de Pesquisadores Negros, coordenado pelo Prof. Nilo Rosa dos Santos e Prof. Wilson Mattos (representante da Regional Nordeste da ABPN). Estes eventos foram exitosos, contribuindo para dar visibilidade a produção acadêmica nas regiões, divulgar a ABPN e construir uma agenda de pesquisadores/as nestas regiões.


Um terceiro campo de intervenção na qual concentramos nossas ações foi o das Relações Institucionais. A diretoria da ABPN criou uma extensa agenda de diálogo com  agências governamentais, SEPPIR, Fundação Palmares - MinC, SECADI/MEC, IPEA, CAPES, Ministério da Saúde, INEP,  UNFPA, UNESCO,  MRE,  entre outras, buscando de um lado contribuir na formulação, implementação e monitoramento de políticas públicas de promoção de igualdade racial e de outro fortalecer o papel da Associação e dos Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros, vinculados às instituições de ensino superior, como instrumentos de capilarização destas políticas.


Neste sentido, a presença da ABPN nos espaços de controle social foi fundamental. Nossa atuação, em especial no Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR) e na Comissão Assessora de Diversidade para Assuntos Relacionados a Educação dos Afro-Brasileiros (CADARA), foram estratégicas para qualificar o debate público, compreender a complexidade dos temas e disseminar a importância dos pesquisadores e pesquisadoras negras nesta arena política. Assim, temos o desafio de ampliar nossa presença em outras áreas importantes de participação e controle social nos diferentes níveis de Governo.


Entendemos como fundamental a parceria com instituições acadêmicas e da sociedade civil, especialmente as organizações nacionais do Movimento Negro. Aproveitamos a oportunidade da realização da Conferência Nacional de Promoção de Igualdade Racial - III CONAPIR, para abrir um diálogo fraterno com diferentes organizações nacionais do MN, como Movimento Negro Unificado, União de Negros Pela Igualdade, Coordenação Nacional de Entidades Negras, INSPIR, APN’S e CONAQ. Processo que se iniciou em julho na preparação da Audiência com a Presidenta da República Dilma Roussef  e com o Ministro da Educação Aloizio Mercadante. Esperamos até o VIII COPENE construir um plataforma comum que permita avançar e dar efetividade às políticas antirracistas.


Salto qualitativo foi realizado no quadro das relações internacionais. Deixamos, com exceção da nossa parceria com WERA, de nos imaginar como recebedores de recursos da cooperação internacional para entender nossa ação como parte do movimento do Estado e da sociedade brasileira na valorização do país, como nação relevante no cenário geopolítico. Nestes termos, compreendemos que o sucesso da luta pela promoção da igualdade e a consolidação da ABPN, passa pela construção de pontes com a diáspora africana nas Américas e com os países africanos, em especial os da CPLP. Neste sentido, o diálogo com a Iniciativa das Universidades Historicamente Negras dos Estados Unidos (HBCUS), a criação do Fórum da Diáspora, além da participação no Programa Educação como Ponte Estratégica de Desenvolvimento Brásil-Africa do MEC, caminharam nesta direção.


Nos últimos doze meses tornamos a ABPN um ator importante na luta antirracista, sem esquecer nosso foco nos interesses específicos de acadêmicos e acadêmicas negras, procuramos influir de forma decisiva em todos os espações de formulação e execução de políticas de promoção de igualdadade.

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