Do Blog Ilharga . Cadê o Jatene?

quarta-feira, 5 de novembro de 2014


Lamentavelmente, pelo que declara em nota a Anistia Internacional, o terror verificado na madrugada de hoje não foi responsabilidade apenas das redes sociais. Ao citar relatos de moradores dos bairros da Terra Firme e do Guamá, que declararam ser impedidos por carros da polícia de retornar as suas casas enquanto carros e motos sem placas e com ocupantes encapuzados executavam quem achavam que tinha algum elo com a morte do colega de trabalho, a AI traçou um quadro aterrador que nem de longe o relatado nas redes sociais parece do mesmo nível.

Lamentavelmente, mais uma vez, o governador, comandante constitucional da Polícia Militar, omitiu-se criminosamente e deixou correr solto o clima de guerra que se instalou em Belém. Pior, não se sabe até onde vai essa guerra, sabemos apenas que só este ano já vitimou quase duas dezenas de policiais e sabe-se lá quantos inocentes, enquanto os responsáveis(?) pela direção da segurança pública do estado consideram tudo isso normal porque na maioria das vezes essas tragédias são resumidas como mero acerto de contas no seio do tráfico de drogas.

Mais espantoso foi ver hoje, durante um programa de tevê que abordava o assunto e entrevistava o assessor de comunicação do comando PM, vê-lo declarar que a situação era de normalidade rechaçando a necessidade, levantada pelo apresentador do dito programa, de se recorrer à colaboração da Força Nacional de Segurança. Vale dizer, tudo continuará como dantes no quartel de Abrantes. Quando a polícia ver um dos seus vitimados nessa guerra, fará justiça com as próprias mãos; quando os chefões do tráfico decidirem, estão liberados a mandar tirar a vida de quem bem entendem; no meio disso, a população horrorizada e apavorada de ser a próxima vítima desse salve-se quem puder. É essa política de segurança pública que nos espera pra mais 4 anos?

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